A ruptura do ligamento cruzado cranial é muito comum em cães é a principal causa de claudicação com origem no joelho. A ruptura de ligamento cruzado ocorre mais frequentemente em cães de porte grande e gigante (acima de 30kg) em animais jovens e em animais mais velhos de raças de pequeno porte (menor que 15kg). Apesar de ser possível ocorrer em gatos é extremamente rara.
Mas afinal qual é a causa da ruptura? A causa mais comum citada é o trauma, no entanto problemas de formação dos ossos envolvidos, além de problemas hormonais que provocam um maior relaxamento deste ligamento facilitando a lesão e a ruptura. Nos animais de pequeno porte a ruptura pode ser em virtude do processo degenerativo do ligamento por isso ocorre em animais mais velhos. A ruptura aguda do ligamento cruzado cranial tem como mecanismo mais comum quando corpo do cão gira lateralmente enquanto apoia seu membro pélvico sob o solo, levando a ruptura ou arrancamento do ligamento.
Mas onde fica este ligamento no joelho? Na imagem abaixo podemos ver os dois grandes ossos do joelho o fêmur e a tíbia. Além destes ainda o joelho apresenta um osso menor: a fíbula e dois ossos chamados de sesamóides, um grande que é a patela e dois pequenos chamados de fabela.
Os ligamentos cruzados ficam dentro da articulação, ou seja, unem fêmur e tíbia bem no meio da articulação. Estes ligamentos são o ligamento cruzado cranial e o ligamento cruzado caudal. Nas radiografias não conseguimos ver os ligamentos, as análises radiografias nos indicam as alterações produzidas pelo rompimento do ligamento, mas reafirmando não vimos os ligamentos numa radiografia. No desenho abaixo estamos vendo o joelho de frente, destacamos a posição anatômica do ligamento cruzado cranial. Com o ligamento rompido a tíbia se desloca cranialmente (pra frente) e provoca uma instabilidade no passo e o cão manca.
Mas se não podemos ver na radiografia como podemos diagnosticar essa ruptura? Apenas pelo exame clínico podemos determinar pelo movimento anormal da articulação que o ligamento rompeu.
O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico. O tratamento conservador é bem tolerado pelo paciente que menos de 10 quilos. E os tratamentos cirúrgicos podem ser feitos em qualquer peso ou idade. Existem basicamente 3 formas de tratamento cirúrgico. A técnica menos invasiva e com boa resolução é o da sutura fabelo-tibial, No video abaixo podemos ver a descrição da anatomia, diagnostico e tratamentos da ruptura de ligamento cruzado cranial e você poderá observar tanto a sutura fabelo-tibial como as outras técnicas cirúrgicas.
O restabelecimento completo depende de diversos fatores, incluindo o momento cirúrgico, o grau de osteoartrite, o peso do animal, a cronicidade da lesão, a severidade de danos nos meniscos, se já houve intervenções cirúrgicas anteriores no joelho, se a lesão é uni ou bilateral, se existe doença articular ou problemas ortopédicos concomitantes e o cuidado no pós-cirúrgico. Além desses fatores, o nível de atividade do animal, a experiência do cirurgião e a técnica de estabilização empregada podem também afetar o resultado final do tratamento. Cerca de 85 a 90% dos cães apresenta resultados bons a excelentes após a intervenção cirúrgica, independentemente da técnica utilizada.