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Cemitérios dos Gatos – O INDAIALENSE

Blumenau comemorou no dia 02 de setembro 167 anos de fundação. De certa forma nós, indaialenses, também comemoramos afinal 4 anos depois da fundação, Dr. Blumenau subiu o rio Itajaí para explorá-lo e encontrou já um povoado na margem esquerda no encontro dos rios Benedito e Itajaí, local que veio a denominar de Carijós, que mais tarde tornou-se Indaial.

Mas, o que mais me interessa na família colonial é a respeito da sobrinha neta do fundador, Edith Gaertner e seu cemitério de gatos. Edith nasceu em 1882 e faleceu em 1967, nesta época que ainda se “amarrava cachorro com linguiça” ela ja dedicava especial apreço por este animal ou seja se os gatos ainda hoje estão mais nas ruas do que dentro das casas junto às famílias, imaginem nesta época?

Hoje, claro, os cães e os gatos apresentam uma ligação muito especial com seu guardião, mas naquela época Edith teve uma sensibilidade para com os gatos muito acima do cidadão comum do seu tempo. Imagine a consideração que ela tinha para estes animais que dedicava cortejo e funeral antes de enterrá-los e deixando identificado cada túmulo. No atual museu da família Colonial encontram-se 9 túmulos preservados: Pepito, Mirko, Bum, Peterle, Musch, Schnurr, Sittah, Putze e Mirl.

Os antigos egípcios cultuavam os deuses com formatos de humanos que se assemelham a animais e dentre os animais o gato teve papel de destaque. A deusa com formato de gato era Bastet, protetora da música, alegria e maternidade. É lá em Tânis, que se encontra a maior necrópole de gatos do país, que abriga até hoje as múmias de vários felinos que foram lá depositados por seus donos ou por devotos da deusa para que esses intercedesse pelo humano. Mas deve-se ressaltar que existem diferenças grandes entre considerar um gato representante de uma divindade e considerá-lo membro da família e por isso dedicar a ele todo o respeito, inclusive no momento de sua morte. Por isto este cemitério de Edith Gaertner é provavelmente o único no mundo.

Texto de Edgar Cardoso para O Indaialense.