Autores: Emily Pereira da Silva e Edgar Cardoso. EM 11 DE AGOSTO DE 2024.
Em pleno Jogos Olímpicos de Paris 2024, nada mais justo que falarmos um pouco de uma das raças mais populares no Brasil e no mundo, oficialmente originária da França, que é o Buldogue Francês, vamos ver um pouco da sua história.
Os buldogues ingleses pequenos, conhecidos na Inglaterra como toy bulldogs eram bastante populares entre os trabalhadores do interior da Inglaterra, em particular os artesãos da indústria de rendas em torno de Nottingham. Quando a Revolução Industrial fechou muitas das pequenas lojas de artesanato, essas rendeiras emigraram para o norte da França – e levaram seus pequenos buldogues com eles (Grebe ([2023]).
Mas sua origem levou a uma disputa entre criadores da Inglaterra e a França. Os criadores franceses desenvolveram um cão menor, compacto e musculoso que se adequasse à vida urbana e como companhia a partir de cruzamentos entre Buldogues Ingleses. No entanto muitos cinófilos consideravam-no como um Buldogue Inglês de pequeno porte, ou toy. Assim foi fundado na Inglaterra o English Toy Bulldog Club em oposição ao Toy Bulldog Club, Francês. É importante ressaltar que o próprio buldogue inglês de duzentos a trezentos anos atrás era muito atlético e tinha as pernas mais longas. Nesse momento histórico a orelha do Buldogue francês tinha um formato em “rosa”. A seleção de buldogues com orelhas de “morcego” na França define o embate, e o nome “Francês”; é fixado (Watson, 1905). Na figura 1 podemos observar as orelhas em morcego.
Figura 1 – cão da raça buldogue francês onde destaca-se as orelhas “de morcego”. Na foto Yumi fotografada por Milo Moskorz, gentilmente cedida ao autor.
No século XIX, os Buldogues eram associados a açougueiros, donos de cafés, e outras pessoas comuns. No último quartel do século XIX, o buldogue permaneceu muito presente entre as classes trabalhadoras parisienses, mas também se espalhou entre as cocotas e escritores modernistas, que apreciaram sua aparência não convencional. Mas devido às exposições de cães, a raça acabou se espalhando para a alta sociedade. Em 1885, o primeiro clube “Bouledogue Club Français” foi criado, estabelecendo um padrão racial, mas foi em 1898 que a raça foi reconhecida pela Société Centrale Canine (Sociedade Canina Central – França) e por fim, foi reconhecida pelo The Kennel Club (Inglaterra) em 1905 (Centrale Canine, 2020).
Figura 2. Sidonie-Gabrielle Colette com seu buldogue francês Toby. Fotografada por Walter Limot (nome adotado depois da emigração por Walter Lichtenstein) em 1934, presente no Museu de História de Paris, Musée Carnavelet. Licence creative commons CCØ 1.0 Universal. Fonte: https://www.parismuseescollections.paris.fr/fr/musee-carnavalet/oeuvres/portrait-de-colette-avec-son-chien#infos-principales
Em 1885, o primeiro clube “Bouledogue Club Français” foi criado, estabelecendo um padrão racial, mas foi em 1898 que a raça foi reconhecida pela Société Centrale Canine (Sociedade Canina Central – França) e por fim, foi reconhecida pelo The Kennel Club (Inglaterra) em 1905. As exposições de estrutura e beleza de cães, organizadas pelos associações cinófilas tornaram a raça conhecida e acabaram se espalhando para a alta sociedade, artistas e outras pessoas famosas Centrale Canine, 2020). Recentemente Simone Biles, uma das melhores ginasta olímpica mundial publicou uma foto na sua pagina da rede social Instagran demonstrando todo o seu afeto aos seus dois buldoques Lilo e Rambo (figura 3).
Figura 3 – Simone Biles e seus buldogues em post de sua rede social Instagram. Fonte: BILES, Simone (2024).
O cão é considerado de porte pequeno, porém muito forte, com proporções compactas, estrutura óssea sólida e bastante musculoso (figura 4) . Sua cabeça é larga e quadrada, com focinho curto. A orelha é inserida ao topo do cabeça com base arredondadas, o que lembra “asas de morcego”. A cauda é curta e com formato em espiral. A raça também apresenta um temperamento sociável, sendo considerado um cão alegre e afetuoso (CBKC, 2023).
Figura 4 – Dois cães buldogues podendo identificar suas características raciais. Na foto Shoyu (a esquerda) e Yumi (a direita) fotografados por Milo Moskorz, gentilmente cedida ao autor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BILES, Simone. Thank you, Lilo and Rambo! 12 julho de 2024. Instagran: @simonebiles. Disponível em https://www.instagram.com/p/C9Qo3GxBxG3/
CBKC – CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CINOFILIA. Padrão Racial da Raça Buldogue Francês. Disponível em: https://cbkc.org/application/views/docs/padroes/padrao-raca_184.pdf\ Acesso em: 24 abr. 2024.
CENTRAL CANINE. Le bouledogue français. I’histoire. Disponível em: https://www.centrale-canine.fr/articles/le-bouledogue-francais-lhistoire Acesso em: 26 mai. 2024.
COLETTE. In: Wikipedia, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Fundation, 2024. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Colette. Acesso em 13 de agosto de 2024
GREBE, Jim. History of the French Bulldog Breed. [2023]. Disponível em: https://frenchbulldogclub.org/history/ Acesso em: 21 jul. 2024.
WATSON, James. The dog book: a popular history of the dog, with practical information as to care and management of house, kennel, and exhibition dogs; and descriptions of all the important breeds. New York: Doubleday, Page & Company, 1906. Disponível em: https://archive.org/details/cu31924001182199/page/n587/mode/2up?view=theater&q=franch+bulldog Acesso em: 26 maio 2024.