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E Cosmos velou Kid Vinil – O Indaialense

Neste final de semana uma imagem foi veiculada pelos meios eletrônicos: o cão da raça Golden Retriever, cujo pelo branco do focinho já demonstrava certa idade, ao lado do caixão fúnebre do artista Kid Vinil. Kid Vinil faleceu na última sexta dia 19 de maio e foi velado no sábado. Durante toda a cerimônia Cosmos, que é o nome do cão, se manteve ao lado do seu falecido guardião.

Eduardo Martins/Agnews

Conjecturo que ele entendeu que seu guardião havia morrido, afinal ele viu seu guardião sem vida, diferente dos casos onde os animais que convivem intimamente com seus guardiões ( e esse era o caso do Cosmo) não tem a oportunidade de presenciar isso. Quando eles não têm essa oportunidade, seu guardião simplesmente sai de casa e não mais retorna. Essa angústia do desaparecimento me parece muito mais difícil de ser assimilada pelos cães.

É comum buscarmos compreender a dor dos humanos pela perda do seu animal de estimação. Na minha profissão deparo-me sempre com a difícil missão de comunicar o óbito de um mascote ao seu guardião. E sabemos que em nossos longos anos de vida humana comportam a vida de vários mascotes, por mais que eles também tenham vidas longevas. Mas quando o guardião falece antes do cão? Se eles não entendem a morte como para nós humanos, eles entendem a ausência do ente querido e o espaço vazio que este deixou e isso é o suficiente para deixá-los tristes.

Já ouvi relatos emocionados de pessoas que perderam parentes e acompanharam o luto do seu animal de estimação: “é doloroso perder um ente querido, mas ver a demonstração explícita de um animal sofrendo esta perda também, é de partir qualquer coração”.  

No entanto, diferente de muitos humanos, eles não deixaram de demonstrar para o seu ente querido de maneira clara e sem deixar dúvidas que os amaram incondicionalmente e fizeram o possível para alegrar cada momento das suas vidas.

PS.: Cosmos continuará morando com Jaime Gaeta companheiro do músico Antonio Carlos Senefonte (nome de batismo de Kid Vinil) por 30 anos e que criou junto com o músico Cosmos desde filhote.

Texto de Edgar Cardoso para O Indaialense.