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Vidas aprisionadas em cachorrários – O Indaialense

Essa semana proponho uma reflexão: o que é melhor para o cão (não para nós, os humanos) estar nas ruas ou em cachorrários públicos ou de protetoras? Uso o termo cachorrário porque estes depósitos de cães (e gatos e até cavalos) se assemelham aos antigos leprosários, onde estes doentes eram isolados da sociedade e lá permaneciam até morte. Esse também é o destino de muitos cães que são “resgatados” e enviados a cachorrários.

Foto por Edgar Cardoso

Muitos moradores logo que percebem que na sua rua encontra-se um cão abandonado buscam imediatamente  alguma forma de removê-lo da sua rua. Na esmagadora maioria das vezes o lugar, ou as condições do lugar, para onde serão levados pouco importa, o que importa é retirá-lo da sua rua, da porta da sua casa. Daí muitos discursos demagógicos: “que não podem ver o animal “sofrendo” pelas ruas”. Mas, se sofrer longe dos olhos, está tudo bem.

Os cachorrários como abrigos, refugios, centros de zoonoses devem ser evitados. Animais que ali entram dificilmente conseguem sair vivos. A qualidade da sua vida nestes locais é muito inferior a rua, onde podem pelo menos correr livremente. Nestes locais aprisionados são mantidos até o próximo surto de cinomose, parvovirose ou outra doença qualquer que por falta de vacinação e cuidados, em virtude da dificuldade de um pequeno número de pessoas e um enorme número de animais, acabem sucumbindo.

 

A realidade é que dos muitos animais que entram, por desejo da sociedade de afastar dos olhos, poucos são novamente adotados. Assim, o número de animais residentes nestes cachorrários acaba aumentando ano a ano. Aquele local que parecia ser uma proteção aos animais vai se transformando num calvário para os animais, para os vizinhos e para a sociedade, que mesmo conhecendo a gravidade da situação se vê incapaz de resolvê-la. Assim a melhor forma de proteger os animais e a sociedade é impedir o seu surgimento!

Texto de Edgar Cardoso para O Indaialense.