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Abandono de animais nas enchente – O Indaialense

Foto: Flavio Marques Della Torre/VC no G1

 

Um problema que voltou a ser tema central de várias reportagens recentemente, é o caso dos animais abandonados em áreas de enchente. O abandono ocorre em dois momentos. O primeiro e mais dramático quando a família sai as pressas de casa em virtude da enchente e deixa pra trás seu animal de estimação, este se tiver a sorte de estar solto acaba se abrigando em locais altos e portanto torna-se errante a partir dali. Se estiver preso ou amarrado, não terá a mesma sorte.

O segundo momento é quando a família leva o animal junto ao abrigo e lá permanece com a família até o retorno a sua casa ou outro lar provisório. Neste caso, muitas vezes estes animais são abandonados então no abrigo, e ficam errantes em escolas, salões de igreja, pavilhões de esporte…

Esta situação é interessante para exemplificar a facilidade com que os humanos abandonam seus animais e também para testar os métodos de prevenção ao abandono. Animais errantes são um grande problema de saúde pública e por tanto dever do estado de evitar. E o que nós temos visto é os governos municipais investindo tempo e mídia em campanhas de castração. Agora vem a pergunta, estes animais não seriam abandonados se estivessem castrados? A resposta é sim, seriam abandonados. O município  que optou pela campanha de castração fez alguma coisa para evitar isso? A resposta é não. Aqui exemplifica bem o que falei na primeira edição desse jornal: a castração não evita o abandono. E os problemas na saúde pública são causados pela guarda negligente, o abandono e suas consequências, como mordeduras, zoonoses, entre outras.

E para as pessoas que já estão pensando, “bom mas pelo menos eles não podem reproduzir na rua”, volto a afirmar: filhotes de cães não crescem sem cuidados. Verminose, cinomose, parvovirose, venenos, atropelamento são exemplos de doenças e situações ambientais que eliminam os filhotes, não os deixando chegar a fase adulta.

Então a solução é muito mais silenciosa e sem holofotes: identificação, registro, banco de dados único e leis duras com penalidade altas para quem abandonar.

Texto de Edgar Cardoso para O Indaialense.