O homem entra rápido na clinica veterinária com o gato enrolado em panos, os miados, como
gritos desesperados são rapidamente percebido pelos atendimentos que já encaminham para
atendimento de emergência. O corpo do gato treme como mar em fúria em dia de tempestade.
Além disso o gato saliva muito e parece afogado com a própria saliva.
Não é difícil identificar os sinais que indicam o envenenamento por “chumbinho”. Difícil é salvar o
gato já que depende totalmente da quantidade de veneno que o gato ingeriu e do tempo que o
guardião levou para buscar socorro. Um grande número de animais acaba falecendo.
O envenenamento ainda persiste em nossa cidade, mas os números vem caindo nos últimos
anos. Existe ainda grande confusão com viroses muito comuns como parvovirose, que causa
morte em 2-3 dias com diarréia com sangue, e cinomose que causa emagrecimento e convulsão
mas que pode demorar até a morte quase 30 dias.
O chumbinho tem mudado muito de endereço. Como é proibido a sua venda, tem diminuído sua
venda clandestina em casas agropecuárias, mas muitas vezes podem ser adquiridos em lojas de
material de construção, o que tem dificultado o trabalho da vigilância sanitária e da policia civil
para coibir sua venda.
O anonimato tem sido o principal refúgio destes criminosos, a dificuldade de encontrar provas que
levem o assassino a prisão, tem perpetuado a pratica do envenenamento. No entanto a denúncia
dos locais que vendem este produto deve ser feito a vigilância sanitária.
Além disso em caso de suspeita de envenenamento deve-se procurar imediatamente um
veterinário que, definindo a suspeita clínica e um diagnostico correto, deve-se registrar pela
família da vítima (cão ou gato) um boletim de ocorrência e, a partir daí também notificar as
autoridades para que possam fazer as buscas pelo chumbinho em todo o comércio onde morava
o animal que foi assassinado, como uma resposta rápida ao crime cometido.
Texto de Edgar Cardoso para O Indaialense.