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“Se essa rua, se essa rua fosse minha…” – O INDAIALENSE

“Se essa rua, se essa rua fosse minha…”

Enquanto eu pesquisava sobre os conflitos entre os seres humanos que tinham como motivo os animais de estimação, visitei os postos de saúde e me reuni com algumas Equipes de Saúde da Família para discutir sobre este tema. Em um destes encontros uma agente comunitária relatou para o grupo que um cidadão – da área que ela acompanhava – quando recolhia do seu gramado as fezes de seu cão, jogava estas fezes na rua em frente à sua casa. Para o grupo ali tal relato não trouxe espanto, mas a mim SIM! Afinal o que é a rua para este cidadão? O que significa a rua pra você? Ela é de todos ou de ninguém!

A rua é responsabilidade de cada cidadão, morador ou não daquela localidade. Em algumas culturas, destacadamente a japonesa, temos exemplos perfeitos do cuidado com a rua, mas na maioria das culturas desenvolvidas o hábito de cuidar da rua é sempre mantido. Nos acostumamos a ouvir que a rua é responsabilidade da prefeitura ou do prefeito, mas ele só é um cidadão que escolhemos para nos representar. Ou seja, será que para manter a nossa rua temos que transferir a responsabilidade a outrem ao invés de nós mesmos resolver?

O hábito de lançar fezes nas ruas, seja como o cidadão descrito acima, seja levando os cães ou soltando nossos cães final da tarde para evacuarem diretamente na rua (até pra não ter o trabalho de ter que jogar lá depois) é muito comum. Falta educação, sim! Alguns já poderiam até discutir como está baixo os níveis escolares. Mas este é um exemplo típico que não é a educação formadora das escolas que falta, mas sim a educação promovida pelo núcleo familiar, já que podemos assistir professores universitários passeando elegantemente com seus cães para realizarem suas “obras” pelas ruas sem o menor constrangimento. Mas agora cabe a nós retomarmos as nossas ruas e estarmos cientes das nossas responsabilidades de mantê-la limpa.

Sendo assim ao contrário do que sugere a cantiga, a rua é sua, e se você quer ladrilhar com pedras brilhantes, os seus vizinhos concordam e se você dispõe de dinheiro, ladrilhe! Mas principalmente, não jogue fezes nessa rua!

Texto de Edgar Cardoso para O Indaialense.